37º Encontro (05/05/2014)

  • O balé da chuva. Marilza Conceição. Ilustr Alessandra Tozi, Ed Gramofone. Mãe e filha... Falar dessa relação, tão cercada de delicadezas e mistérios é o belo exercício que Marilza Conceição nos propõe em “O balé da chuva”. E ela nos envolve na emoção do seu texto. As forças da natureza unem-se aos medos e curiosidades de mãe e filha no cotidiano da vida. É na cumplicidade do “silêncio observador” que elas constroem esse tão especial entendimento e enfrentam o medo de Nana. A ilustração de Alessandra Tozi, com pinheiros e casa de madeira nos remete a casa da “mãe” inventora do texto. É o balé da chuva explicando o balé da vida nos seus mínimos detalhes. Uma história tão aconchegante quanto colo de mãe e especialmente adequada aos sentimentos de crianças de todas as idades. (Neide Graça)

Uma notícia muito boa: o balé da chuva vai virar filme de curta metragem. Ele servirá de roteiro para o quadro Casos e Causos da RPC TV marilzaconceicao.blogspot.com.br/

  • O Senhor do Tempo e outras histórias – Fabiana Guimarães Rocha, ilustrações de Simone Matias, ed. Paulinas. O tempo e todo o universo particular da natureza são motivos de encantamento na prosa poética da autora. A lua e suas fases se juntam aos elementos água, terra, fogo e ar inspirando cor e fantasia em sintonia com ilustrações expressivas e delicadas de seres encantados e a natureza ao redor. O tempo enleva os versos sobre a natureza viva e nos transportam para um mundo possível onde seres distintos como fadas e formigas convivem em perfeita harmonia.(Mercedes Fernandes)
  • Fita verde no cabelo. Guimarães Rosa. Ilustr. de Roger Mello, Ed. Nova Fronteira. O mestre Guimarães subverte a história de chapeuzinho vermelho.  A protagonista escolhe uma fita verde e decide pelo caminho mais longo para a casa da avó. O lobo é ausente pois foi exterminado pelos lenhadores. Diferente da história original, a avó não retorna à vida no final, o que alimenta um sentimento de culpa na neta por ter chegado tarde demais.  Narrativa que nos faz entrar em contato com o desamparo diante das perdas, do medo, da culpa e do desconhecido.(Cristiana Seixas)
  • O mochilão do Tiago. Texto de Ana Paula David dos Santos. Ilustr Du Albuquerque, Ed Brasiliense. Tiago ganha de presente uma mochila que, a partir de seu cotidiano e escolhas alheias a sua vontade, vai ficando cada dia mais pesada e insustentável.  A situação se reverte quando ganha do avô um trombone.  Quando alguém quer adicionar um peso em sua carga, ele “bota a boca no trombone” e assim garante seu espaço e leveza. (Cristiana Seixas)
  • Só um minutinho. Texto e ilustr de Yuyi Morales. Trad Ana Maria Machado, Ed. FTD. Conto de esperteza onde uma avó recebe a vista do Sr. Esqueleto que vem para levá-la.  Ela continuamente pede a ele “só um minutinho” pois tem alguma tarefa relevante a ser feita.  Com humor e belíssimas ilustrações,  a riqueza da cultura mexicana é desvelada, onde a morte é incorporada desde a infância e festejada através de colorido altares no dia de Finados.  Este livro é um convite a refletir sobre os fios do essencial que cada um ainda tem a realizar, antes da visita do Sr. Esqueleto.(Cristiana Seixas)