SANDRA RONCA

AEILIJ - Associação de Escritores e Ilustradores de Literatura Infantil e Juvenil

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Sempre vi colegas se referindo à sua iniciação à Literatura na infância. E, na maior parte das vezes, citavam Lobato. Isso me deixava “Encasquetada”. Por que eu não havia lido Lobato? Sendo filha de italianos e aluna de colégio de freiras de origem francesa, nunca me foi oferecido Lobato na infância e o fato de ler por obrigação na escola, os autores clássicos nacionais e Condessa de Ségur,  me davam essa sensação frustrada de “O que dizer? Não tenho esse histórico de gosto pela leitura.” Foi quando de repente, percebi que considerava Literatura somente o que era “oferecido” na escola e, em casa, certos livros estiveram tão próximos de mim, de forma lúdica, inusitada e prazerosa, que não me dava conta e não os considerava parte deste grupo.

Éramos bem pequenos, e recebíamos em casa, com a devida demora do correio à época, os Clássicos da Literatura em italiano com um disco para acompanhá-los. A chegada de cada um dos quase quarenta volumes era uma festa. Destes, minha história preferida era “Os sete cabritinhos”.

Havia outros livros divertidos que recebíamos em italiano.  Lembro particularmente, do “La spada nella roccia” e “Il prestigiatore verde” de Bruno Munari que percorreu toda a familia com sua fala: “Alfonso dove sei?”.